quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A dependência digital

O filme Matrix alcançou elevados índices de sucesso através de uma hipótese que muitos acharam um tanto quanto absurda: um mundo onde as máquinas dominavam os seres humanos. Efeitos especiais a parte, o longa traz nas entrelinhas uma crônica da vida contemporânea. Se pararmos para pensar, já estamos sim, dominados pelas máquinas.

Pense em seu cotidiano. Provavelmente você acorda através de um despertador de seu celular, ou de um dispositivo semelhante. Toma um banho de água quente, esquenta o leite em um microondas, e o toma enquanto assiste televisão. Daí vai para o trabalho e provavelmente tem um contato com um computador, que eventualmente está conectado a internet. Mesmo que você nunca tenha efetivamente navegado na web, seu pagamento, seus documentos, cadastros em programas sociais do governo, ou mesmo uma simples dívida atrasada, tudo está registrado em algum domínio obscuro, e acessível através de poucos cliques no Google. Pode experimentar. Digite seu nome no buscador e verá que você será encontrado.

Lógico que isso traz suas vantagens, que qualquer um poderia enumerar facilmente, mas também existem pontos negativos, principalmente no que se trata da facilidade desses sistemas. O simples falta de energia pode parar irremediavelmente o trabalho de uma empresa, em especial os bancos. São Paulo viu o que é passar alguns instantes sem a insubstituível rede mundial de computadores através dos problemas da Speedy. O pior é que as pessoas não estão preparadas mais para a falta de coisas que não existiam até algum tempo atrás nem existia. Nós não nascemos com a rede e não aprendemos a lidar com portas USB na escola, não devíamos ter nossa vida assim tão baseada no que está on-line.

Para quem ainda acreditar em sua liberdade, tente ficar uma semana sem internet ou sem televisão, mas sem uso algum mesmo, nem para ver o noticiário, ou para ler e-mails, nada. Se nesse meio tempo você não se sentir meio sufocado ou no mínimo entediado, talvez ainda tenha alguma chance de ser o Neo da próxima matrix.

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